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Consumo, colaboração e criatividade: os 3Cs a aplicação de soluções inovadoras na área da indústria





No dia 24 de abril foi realizado um seminário mediado por Tricia Langman, representante da HxN, com a participação de Caragh Bennet, Katekani Moreku, Alison Heryes, Kiran Sunil e Adriana Marina, presidente da HxN. Todos são especialistas em suas respectivas áreas de atuação e fazem parte de diversos processos de produção na indústria da moda.


O seminário teve como objetivo abordar o tema da intersecção entre consumidores, colaboração e criatividade para alcançar uma indústria da moda mais sustentável e voltada para o consumidor.


Caragh, a fundadora da Zena, uma marca que aposta no investimento nas mulheres empresárias, disse que os consumidores são agentes de mudança e devem ser convidados a fazer parte da história da moda. Ela afirma que "Quem faz as roupas dela?", é uma questão poderosa e leva o consumidor a ter um contato com os produtores. Por sua vez, Adriana afirma que cabe à indústria da moda dar voz aos pequenos artesãos locais. Às vezes, eles ficam presos em um sistema de exploração sem saída e os consumidores devem pedir uma mudança para tirá-los fora disso. Nessa mesma ótica, Alison Heryer, que leciona na Portland State University, ensina aos seus alunos como se conectar de forma criativa com os consumidores criando desenhos sustentáveis ​​específicos para o corpo.


Os painelistas acreditam que tanto os produtores quanto os consumidores devem ser agentes de mudança. Caragh argumentou que a maioria da geração mais jovem preferiria comprar através de uma alternativa sustentável, se estivesse disponível. No entanto, para Allison, dado que os consumidores entendem a habilidade e o esforço envolvidos na confecção de uma roupa, eles se envolvem e começam a refletir sobre os elementos necessários para a sua produção.


Será que é possível ter uma economia circular na indústria da moda? Nesse caso, quem deve ser o responsável pelo modo de reparo e de reaproveitamento? O consumidor ou o produtor? Katekani, uma estilista famosa por criar roupas masculinas a partir de peças de sucata, acredita ser preciso implementar um pouco dos dois. Mais pressão deve ser exercida sobre o produtor para tornar o sistema mais circular, com uma melhor educação do consumidor. Mas o produtor deve suportar o peso, já que formou o atual sistema de consumismo. Kiran é um desenhador industrial que trabalha na área rural da Índia para melhorar os padrões de vida por meio do acesso à energia elétrica, das necessidades financeiras e da utilização do meio ambiente. Ele tem um ponto de vista reservado sobre o fato de a economia ser perfeitamente circular. Segundo ele, se o consumidor participasse de todas as etapas do processo, ele se identificaria mais com as roupas, ele não se livraria delas, e acabaria por consumir menos.


Ao abordar o tema da inovação, Allison entende que a tecnologia tem sido útil na produção de roupas específicas para o corpo, principalmente para comunidades sub-representadas. Também ajuda a criar práticas mais sustentáveis ​​por meio da inovação e da produção de menos resíduos. Adriana, por outro lado, aborda a tecnologia como algo que deve ser usado com cuidado. Mas pode ser útil, desde que seja bem utilizado.


Para ter um impacto positivo nas comunidades locais, Kiran aconselha que a tecnologia o seu uso para fazer com que os seus meios de subsistência sejam mais produtivos. Isso reduziria seu trabalho físico e, assim, os tornaria mais autônomos. Caragh pensa que dar a essas comunidades uma pequena porcentagem das vendas para empreender negócios pode levar à autossuficiência e, em última instância, ao alívio da pobreza. Katekani identifica que o acesso à educação e a criação de oportunidades podem mudar a vida das pessoas, visto que elas não consideram a saída de sua pequena cidade como sendo uma opção.

Quando questionado sobre a mudança que eles pensam que faria a diferença, Kiran responde dizendo que a sustentabilidade deve ser considerada em todas as fases da produção. Alison acredita ser preciso criar uma relação entre consumidores e produtores. Por um lado, Caragh, é importante focar nas diversas práticas profissionais, e, por outro lado, Katekani acredita que a educação é essencial.


Em suma, o seminário foi muito revelador. Ao ouvir as opiniões daqueles que pertencem a cada etapa da indústria da moda, pode-se formar uma visão holística da mudança que precisa ser feita. Nesse processo de produção, o produtor deve garantir que seja cada vez mais sustentável, e são os consumidores instruídos que devem exigir essa mudança. Além disso, a produção de roupas deve ser feita de forma que o consumidor comece a se identificar com cada categoria de roupa.


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