Partindo da alavancagem do comércio e o desenvolvimento sustentável por meio da capacitação de pequenos agricultores e das MPMEs no setor da produção de algodão do Quênia com o uso de tecnologia digital
O setor da produção de algodão no Quênia estava em crise devido às reformas estruturais de liberalização do mercado na década dos anos 90, resultando, assim, na falta de confiança no setor. Além disso, a importação de mitumba inunda o mercado, aumentando-o. Portanto, os cotonicultores e MPMEs do Quênia enfrentam muitas dificuldades para melhorar a produtividade em termos de qualidade e quantidade. Os problemas destacados são:
Os agricultores não têm capacidade, conhecimento sobre a agricultura ou os negócios, e isto limita a produção. (Meeme, 2019).
Os mediadores exercem seu poder sobre os agricultores ao oferecer condições precárias de trabalho.
Os grupos de agricultores se desintegraram após a liberalização do mercado; portanto, o setor não está organizado ou formalizado.
Os jovens gostariam de participar ativamente da indústria do algodão (os fazendeiros proprietários de terras, os provedores de serviços de apoio), mas há desarmonia entre eles e os fazendeiros mais velhos, consequentemente, eles encontram dificuldades para ter acesso a terras para o cultivo do algodão.
O pouco conhecimento do mercado e das tendências - as MPMEs não possuem as habilidades necessárias para fabricar produtos de alta qualidade que atendam às necessidades dos clientes. Hoje em dia, muitas pessoas confiam na mitumba para suas necessidades de estilo, pois as roupas que desejam não são produzidas no Quênia.
Além disso, a pesquisa identificou outros problemas no setor algodoeiro relacionados aos preços altos da mão de obra e dos recursos, à autenticidade dos insumos e à inadequação dos investimentos no setor.
A importância das metodologias por trás da tecnologia foi destacada como pouco consistente, para alcançar o desenvolvimento sustentável com a tecnologia digital.
Os aspectos mais importantes eram atender verdadeiramente às necessidades do usuário por meio do design centrado neste último; considerar a tecnologia como sendo uma ferramenta e não uma solução; a tecnologia digital deve ser implementada em abordagens de aprendizagem combinada com treinamento presencial e por meio de parcerias (Cornell University, 2020) diversas; e, por último, um modelo de negócio sustentável de longo prazo do provedor de tecnologia para garantir a sustentabilidade da intervenção em um longo prazo.
Com base nos resultados da revisão da literatura e das entrevistas, são dadas as quatro recomendações a seguir:
A promoção de grupos de agricultores para compartilhar conhecimento (empresarial e agrícola), formalizar a produção primária e apoiar na facilitação da implantação de sistemas de transparência no setor.
Um aplicativo para smartphone para compartilhar saberes entre agricultores interessados em fazer negócios e conectá-los online. É uma oportunidade para preencher a lacuna entre as instituições de conhecimento e os agricultores, fornecendo informações sobre práticas regenerativas, a permacultura, estratégias de diversificação, etc., bem como melhores práticas de negócios.
Mensagens semanais do Dumbphone (tipo Nokia 3310) com informações importantes sobre as previsões do tempo, as infestações locais de pragas, os preços de mercado e as práticas agrícolas atuais que os agricultores devem ter (a fertilização, a colheita, etc.). Isso significa que todos os agricultores estão informados e detêm o conhecimento acerca de como a operar de forma a ser bem-sucedidos e sustentáveis.
Tendências e informações de mercado para pequenos fabricantes, ajudando-os a atualizar sua produção para fabricar produtos de maior valor que atendam às necessidades dos clientes. Quando os clientes podem comprar produtos quenianos que satisfaçam suas necessidades de estilo, eles dependerão menos do mitumba, e apoiarão, portanto, a economia queniana.
De acordo com estas recomendações, o conhecimento sobre as boas práticas agrícolas e comerciais aumentará e os agricultores ficarão mais conectados uns com os outros e com os mercados. Também ficam mais confiantes à medida que a interconexão se desenvolve e a fragmentação do setor diminui. Além disso, ao empoderar as MPMEs, as práticas predatórias serão reduzidas e as remunerações em toda a cadeia se tornarão mais equitativas, ajudando a democratizar a cadeia de valor. Todos estes elementos apoiam a mudança nos sistemas de alavancagem e contribuem para a Agenda das Quatro Grandes Metas do Governo do Quênia e também para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Para saber mais sobre a pesquisa ou ler a tese completa, por favor entre em contato com Ella Peters no seguinte e-mail: ellapeters11@gmail.com.
Referências bibliográficas
Meeme, V., 2019. State should support tech advances for smallholder farmers. (Online) Disponível em: https://www.the-star.co.ke/opinion/columnists/2019-07-08-state-should-support-tech-advances-for-smallholder-farmers/. (Acesso em 1 Maio 2021).
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